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Exame prostático anual – Matéria Jornal Estado de Minas

MATÉRIA DO CADERNO BEM VIVER – NOVEMBRO AZUL
Jornal Estado de Minas Z 4 de novembro de 2018

Lilian Monteiro

Todo homem acima de 50 anos deve fazer o exame prostático anual. A indicação é da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), conforme o urologista Francisco F. Horta Bretas, coordenador do serviço de urologia da Rede Mater Dei de Saúde. “O câncer de pulmão é o tumor que mais mata no homem, o segundo é o de próstata”, alerta.

Pela gravidade do problema, Francisco Bretas destaca a importância de campanhas, como a do Novembro Azul, para informar a população. “Acredito que o nível de conhecimento e alerta sobre a doença sejam maiores nas cidades de médio e grande porte, que têm mais facilidade de acesso a informações, maior acesso aos especialistas, e por causa disso procuram realizar um exame peródico. Se considerarmos no entanto todas as regiões do Brasil, incluindo as zonas rurais e pequenas comunidades, infelizmente, não enxergo a mesma preocupação presente em toda a população. Ainda existe uma certa resistência, fruto, em maior parte, do preconceito e desinformação.” Mas o médico ressalta que a campanha, por ser mundial, é muito importante ser bem conduzida no país, já que, ele reforça “ o câncer de próstata é o segundo câncer em letalidade, e o mais comum , no homem ” .

Francisco Bretas destaca que a Rede Mater Dei de Saúde também estará engajada na luta contra essa doença: “Como é uma campanha encabeçada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), realizam-se mutirões no país, e nós do Mater Dei vamos, em um final de semana, examinar os pacientes que nos procurarem, numa ação que temos repetido ao longo dos anos (a data ainda será anunciada).”

Além dos exames mais comuns utilizados no diagnóstico, como o PSA ( exame de sangue) e toque retal (exame físico da próstata), Francisco Bretas chama a atenção para a ressonância multiparamétrica da próstata: “É um exame moderno, e com ele podemos identificar mesmo os tumores não palpáveis. Não é uma ressonância comum, mas diferenciada. Ainda não está disponível no SUS, mas é coberta por todos os planos de saúde”. Ele destaca também a ” existência de painéis de marcadores biomoleculares para câncer de próstata, indicados para pessoas com parentes próximos que tenham tido a doença ( um exame parecido foi feito pela atriz Angelina Jolie, específico para o câncer de mama, quando ela descobriu alta probabilidade de vir a desenvolver a doença, e optou por realizar a remoção das mamas)”.

O urologista avisa: “Não há como prevenir câncer de próstata, mas sim fazer o diagnóstico precoce” . Daí ser fundamental acompanhar sua saúde como um todo, ainda que o corpo não dê sinais de algo errado. Francisco Bretas lembra que, com o envelhecimento da população brasileira, o número de casos tende a aumentar: “O câncer de próstata, em geral, acomete homens acima dos 50 anos. Com o brasileiro vivendo mais, e com métodos de diagnóstico mais apropriados, resultado dos avanços tecnológicos, é compreensível o aumento da curva de prevalência.”

O cãncer de próstata tem alto índice de cura, principalmente se descoberto na fase inicial. Francisco Bretas enfatiza três principais fatores que propiciam a cura: ” As chances serão maiores se o PSA for abaixo de 10, se o tumor não tiver células muito agressivas e, por último, se a lesão estiver restrita à cápsula de próstata ( confinada dentro da glândula). Com esse quadro o paciente tem grande possibilidade de cura. Esses três fatores, em geral, ocorrem em quem faz o controle prostático regular.”

O urologista lembra ainda que o tratamento curativo é realizado apenas para homens que tenham acima de 10 anos de perspectiva de vida. Nos casos de tumor localizado, pode ser feita a cirurgia convencional, a laparoscópica ou a robótica, que tem recuperação mais rápida. Quando realizada por um cirurgião bem treinado, o médico destaca, haverá pequeno risco de incontinência urinária e disfunção erétil. Além da cirurgia, a radioterapia também pode ser utilizada nos casos iniciais. Nos casos mais avançados, com metástases, realiza-se em geral o bloqueio hormonal, e existem hoje medicações modernas, chamados bloqueadores hormonais de terceira geração, disponíveis e aprovados no país, com excelentes resultados”.
Ressalta ainda que os homens acima de 80 anos, que tenham características favoráveis da próstata (PSA , toque retal normais, sem sintomas), talvez não precisassem mais fazer o controle prostático.

 

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